Conquiste seu cliente invertendo sua imagem

Nos anos 1970 três pesquisadores publicaram numa revista cientifica um estudo sobre como as pessoas gostam daquilo que lhe são familiares. Para comprovar esse fato, reuniram um grupo de mulheres para fazer parte de uma experiência, que sugeria o seguinte:

1. Pegue uma foto antiga com uma visão frontal do seu rosto – no artigo original os autores utilizaram um negativo da foto, mas lembre-se que isso foi há quarenta anos e pode ser que você nunca tenha visto uma película de negativo na vida. Por isso, deixe-me adaptar o exemplo para os dias atuais.

2. Escaneie essa foto antiga e imprima duas versões dela: uma que mostre você como realmente aparece na foto e outra que mostre sua imagem invertida.

3. Escolha qual versão do seu rosto mais lhe agrada e peça a alguém que faça o mesmo. E aí, provavelmente, algo singular vai acontecer: esse alguém vai preferir a cópia fiel, mas você deverá gostar mais da cópia invertida.

E por que isso acontece? Porque ambos estarão reagindo favoravelmente ao rosto que lhe é mais familiar – seu amigo ou amiga prefere aquele “você” que o mundo vê. E você, ao rosto a que está acostumado a ver refletido no espelho.

Conceber e desenvolver um projeto visual, de certa forma, é como mostrar ao cliente uma foto invertida de si próprio. Quando participo de algum desses projetos, muitas vezes o faço com a certeza de que o cliente vai se encantar de imediato com a minha proposta – e me desencanto quando ele não se identifica com o que vê, e solicita uma outra solução.

É desafiador criar algo pelo qual seu cliente se afeiçoe. Mas quando esse algo evoca nele alguma familiaridade, é sinal de que você está no caminho certo.

Quer seja um produto, quer seja um serviço, a conclusão é a mesma: design não está nos olhos de quem o cria, está nos olhos de quem o consome.

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