Em junho de 1886, o navio alemão Paula iniciou um experimento para estudar as correntes oceânicas que afetavam as rotas marítimas. Durante um longo período, a tripulação jogou ao mar milhares de garrafas de vidro que continham pequenos pedaços de papel. Eram mensagens pedindo para quem quer que as encontrasse, que as reportasse ao Observatório Naval Alemão, informando em que ponto da costa a garrafinha havia sido encontrada.
O publicitário David Ogilvy afirmou certa vez que, “a menos que sua campanha contenha uma grande ideia, ela passará como navios na noite”. Ou, por que não, como garrafas perdidas no oceano.
Como consumidores, temos uma relação ambígua com a propaganda. Há aqueles que são atraídos pelo sentimento de desejo e merecimento por produtos e serviços que ela desperta. Acho até que me encaixo nesse grupo.
Por outro lado, há outros que vêem nela um exemplo cínico de persuasão.
O próprio Ogilvy vê na propaganda não uma arte de entreter, mas um meio de informar. De levar uma mensagem interessante o bastante que convença alguém a comprar o seu produto ou serviço.
Saber como, quando e onde direcionar seus esforços de comunicação é o que difere, no fim das contas, uma divulgação eficaz de sua marca de uma mensagem que fica boiando pra lá e pra cá.
À propósito: em março deste ano, treze décadas após ter sido jogada nas águas do mar, uma mulher que caminhava pelas dunas de uma praia remota no oeste da Austrália encontrou uma das garrafas do Paula.
Moral da história: invista numa grande campanha ou espere 132 anos por um feedback.
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